Em um cenário de alta volatilidade do real e incertezas econômicas, é fundamental blindar seu patrimônio contra choques de mercado. Ao incluir ativos dolarizados na carteira, o investidor consegue preservar o poder de compra e mitigar impactos de crises domésticas.
Esta abordagem combina segurança e potencial de retorno, permitindo acesso a mercados internacionais e diversificação geográfica e setorial. A seguir, confira orientações práticas, exemplos de produtos e estratégias para montar uma carteira eficaz.
Desde 1994, o real perdeu mais de 80% de seu valor frente ao dólar, subindo de paridade 1:1 para quase R$6 por US$1 em 2024. Nos últimos dez anos, essa depreciação ultrapassou 120%. Manter todo o patrimônio em reais expõe o investidor a riscos políticos e econômicos domésticos, à inflação estrutural e à volatilidade cambial.
Ao alocar parte dos recursos em ativos atrelados ao dólar, é possível criar um verdadeiro hedge cambial, reduzindo a sensibilidade da carteira às flutuações do mercado interno e a crises pontuais no Brasil.
Os dados mais recentes mostram que a escalada do dólar não se restringe ao passado remoto. Apenas na última década, o real se desvalorizou mais de 120%, corroendo o retorno efetivo de investimentos tradicionais.
Esse movimento afeta diretamente o poder de compra e a capacidade de reinvestimento. Um investidor que não considera o fator cambial pode ver ganhos nominais se transformar em perdas reais quando o dólar sobe.
Especialistas da FGV e consultorias de investimentos sugerem alocar entre 16% e 18% do patrimônio em ativos dolarizados para minimizar riscos. No entanto, esse percentual deve refletir o perfil de cada investidor:
Essa alocação serve como ponto de partida, podendo ser ajustada conforme objetivos, horizonte de investimento e tolerância a riscos.
Para diversificar de forma prática, o investidor tem à disposição diversas categorias de produtos atrelados ao dólar:
Investir em ativos dolarizados ficou mais simples nos últimos anos. Plataformas brasileiras autorizadas, como Avenue e INCO, oferecem acesso facilitado a mercados internacionais sem burocracia excessiva.
Outra alternativa é utilizar BDRs e ETFs diretamente na B3 ou abrir conta em corretoras internacionais reguladas. Fundos de gestoras globais e plataformas de robo-advisors também podem ser considerados para quem busca soluções automatizadas.
Embora ofereçam proteção contra a depreciação cambial, os ativos dolarizados envolvem custos adicionais. Entre eles estão taxa de corretagem, spreads cambiais, IOF e eventuais taxas de custódia no exterior.
A partir de 2025, os ganhos de capital em ativos no exterior passaram a ser tributados em 15%, sem isenção para vendas até US$35 mil/mês. É essencial manter a declaração em dia na Receita Federal, registrando Bens e Direitos e apurando o Carnê-Leão quando necessário.
Com a Selic ainda em patamar elevado e perspectiva de inflação acima da meta, muitos investidores buscam segurança em ativos estrangeiros. A valorização recente do dólar frente ao real reforça a importância de ter uma parcela da carteira protegida.
Plataformas estão ampliando o leque de produtos em dólar, democratizando o acesso e reduzindo custos operacionais. A combinação de renda fixa internacional, ETFs e stablecoins tem sido apontada como uma estratégia defensiva e equilibrada.
Para dar os primeiros passos rumo à proteção cambial, siga este roteiro:
Incorporar ativos dolarizados à sua carteira não é apenas uma moda, mas uma estratégia fundamental para preservar valor e aproveitar oportunidades globais. Com planejamento, disciplina e acompanhamento constante, você estará mais bem preparado para enfrentar crises e alcançar seus objetivos financeiros.
Referências