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Open Finance: o que muda para o consumidor

Open Finance: o que muda para o consumidor

12/05/2025 - 08:10
Giovanni Medeiros
Open Finance: o que muda para o consumidor

Imagine a Maria, uma jovem profissional de São Paulo, navegando com confiança pelas finanças pessoais. Ela agora conta com um sistema que valoriza sua escolha e oferece autonomia e controle total sobre seus dados bancários. Esse é o cenário que se desenha com o Open Finance, transformando não só a forma de interagir com instituições, mas também a experiência do consumidor.

Com a chegada dessa novidade, cada decisão financeira ganha um novo patamar de personalização e segurança. O consumidor passa a ser protagonista, autorizando, por meio de processo digital, o compartilhamento de suas informações em até 12 meses. Nesse contexto, entender o que muda é fundamental.

Definição e conceito de Open Finance

O Open Finance é a evolução natural do Open Banking, englobando bancos, fintechs, corretoras, seguradoras, plataformas de investimento, previdência e câmbio. Diferente de sistemas fechados, permite o compartilhamento de dados financeiros entre instituições autorizadas, sempre com consentimento expresso do cliente.

Enquanto antigamente os dados ficavam restritos ao banco principal, hoje o consumidor decide para quem e por quanto tempo concede acesso aos seus registros de transações, saldo e perfil. O modelo é baseado em padrões definidos pelo Banco Central do Brasil, garantindo segurança e transparência completas.

Estrutura e fases de implementação

Iniciado em 2021, o Open Finance foi dividido em quatro fases principais, cada uma ampliando o grau de integração e o número de participantes. A regulação evoluiu gradualmente, assegurando que todas as instituições atendessem aos requisitos técnicos e de segurança.

Novidades e avanços em 2024/2025

Em julho de 2024, o Banco Central e o CMN publicaram a Resolução Conjunta 10/24, definindo novos critérios de participação. Agora, conglomerados com mais de 5 milhões de clientes e fintechs relevantes são obrigados a integrar o sistema, assim como empresas voluntárias.

Também houve ampliação dos serviços de pagamentos, especialmente o Pix por aproximação, permitindo que apps de diferentes instituições iniciem transferências instantâneas. As novas regras entram em vigor em 1º de janeiro e 1º de julho de 2025, tornando o ecossistema ainda mais dinâmico.

Benefícios diretos para o consumidor

O Open Finance chega para entregar vantagens tangíveis ao cliente. Abaixo, os principais benefícios que Moldam o cotidiano financeiro de forma prática:

  • Mais autonomia na gestão de dados, escolhendo quando e com quem compartilhar informações.
  • Ofertas personalizadas de crédito, investimentos e seguros alinhadas ao perfil do usuário.
  • Comparação fácil de taxas e tarifas em marketplaces financeiros, sem sair de um único ambiente digital.
  • Centralização de múltiplas contas, aplicações e apólices em painel único e intuitivo.
  • Praticidade para iniciar pagamentos via Pix por convergência de apps.

Impactos na concorrência e inovação

Com dados abertos, instituições financeiras disputam atenção oferecendo produtos cada vez mais inovadores. Bancos tradicionais, fintechs e startups se movimentam para criar serviços diferenciados, como carteiras digitais unificadas e consultorias financeiras automatizadas.

Esse ambiente competitivo favorece o surgimento de soluções disruptivas. Plataformas que agregam múltiplas contas em um só lugar, ferramentas de análise de gastos em tempo real e sistemas de pontuação de crédito se beneficiam diretamente do compartilhamento de dados.

Segurança e privacidade

Todo o fluxo é protegido por rigorosos padrões de segurança cibernética estabelecidos pelo Banco Central. A autenticação do cliente é feita em múltiplas etapas, e o uso dos dados fica restrito ao que foi autorizado, com prazo máximo de 12 meses.

Além disso, o consumidor pode revogar o consentimento a qualquer momento. Se em qualquer fase surgir dúvida, basta acessar o portal de autorizações e cancelar o compartilhamento, garantindo controle absoluto sobre a privacidade.

Desafios e pontos de atenção para o consumidor

Apesar das vantagens, é importante ficar atento a alguns riscos e responsabilidades:

  • Vulnerabilidades digitais: autorizar acessos apenas em plataformas reconhecidas.
  • Leitura cuidadosa dos termos de consentimento, entendendo prazos e tipos de dados compartilhados.
  • Necessidade de educação financeira para aproveitamento máximo das novidades.
  • Inclusão digital: parte da população ainda não está totalmente conectada.

Números relevantes e panorama de adesão

Atualmente, o Open Finance reúne milhares de instituições dos segmentos S1 e S2 e conglomerados com mais de 5 milhões de clientes. Já são dezenas de milhões de usuários cadastrados, cujo número cresce conforme novos serviços entram em operação.

Segundo dados do Banco Central, a participação voluntária de fintechs ampliou em 30% o ecossistema entre 2023 e 2024. A expectativa para 2025 é que essa curva de crescimento se mantenha ou acelere, com mais oferta de produtos e maior conscientização dos consumidores.

Perspectivas e tendências para o futuro

O próximo passo aponta para a expansão do Open Finance para crédito coletivo, open insurance e open investment, bem como integração de serviços públicos. A tecnologia de pagamentos instantâneos continuará evoluindo, permitindo que o usuário inicie transações em múltiplos ambientes.

Ferramentas de portabilidade de dados e de análise preditiva devem se tornar cada vez mais acessíveis, facilitando o planejamento financeiro. O futuro reserva um ecossistema integrado, onde a experiência do consumidor será cada vez mais fluida e personalizada.

Em resumo, o Open Finance representa uma grande virada no mercado financeiro brasileiro. Ao colocar o cliente no centro, promove maior competitividade e inovação, ao mesmo tempo em que resguarda a privacidade e segurança dos dados.

Para o consumidor, as mudanças chegam com promessa de mais liberdade, melhores condições e serviços alinhados a suas necessidades. É hora de se informar, entender os direitos e aproveitar as novas oportunidades que surgem nesse cenário dinâmico e promissor.

Giovanni Medeiros

Sobre o Autor: Giovanni Medeiros

Giovanni Medeiros